Caractere ou carácter?
Diz-se “caractere” ou “carácter”? Para os leitores apressados, a resposta mais directa é a que se segue.
Quem gosta de fazer as coisas by the book, não precisa de ler mais. A resposta à pergunta colocada no título deste post é (pelo menos no português europeu): deve dizer-se “carácter”, não “caractere” (ou “caracter”). Ou seja, o singular de caracteres é sempre “carácter” (ou “caráter”, segundo o acordo ortográfico).
Mas no português do Brasil já praticamente se generalizou o uso de “caractere” (como singular de caracteres) para designar “sinal, figura ou símbolo usado na escrita, em especial no domínio da informática” (in flip.pt).
Resumindo e concluindo, é considerado mais aconselhável usar “carácter” no singular de caracteres mas o uso de “caractere” (já) não é visto como um puro disparate, pelo menos no contexto informático.
Segue-se a explicação mais detalhada desta resposta.
Sempre que se fala de caracteres chineses, ou mesmo no contexto informático, levanta-se frequentemente a questão: a unidade gráfica e semântica da língua chinesa diz-se (no singular) “caractere” ou “carácter” (“caráter”, AO).
Diga-se de passagem que as alterações de grafia do novo acordo ortográfico são irrelevantes nesta questão. A dúvida é pertinente porque sentimos naturalmente a necessidade de distinguir entre o “carácter” de “um homem de carácter” do desenho que serve de base à escrita chinesa (constituído por um conjunto de traços). Igualmente sentimos necessidade de distinguir entre o “carácter” de “um homem de carácter” e “letra do alfabeto, algarismo, sinal de pontuação ou símbolo de qualquer natureza que pode ser introduzido num computador pelo teclado ou outro dispositivo de entrada” (como define o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, de 2003).
Em grande parte das situações quer os caracteres chineses quer os informáticos são empregues no plural (por exemplo um texto chinês ou documento informático com “dois mil caracteres”) gerando-se assim um certo consenso: “caracteres”. O problema surge porém quando queremos dizer a palavra no singular. E aí é que muitos sentem a necessidade de usar “caractere” (ou “caracter”, acentuado na última sílaba) para sublinhar a distinção referida acima.
No fundo temos dois significados diferentes e, por isso, sentimos a necessidade de os distinguir, usando palavras diferentes. Mas a generalidade dos dicionários e prontuários ortográficos indica que, no singular, se deve usar “carácter” em todas as situações: “este carácter chinês é difícil de escrever” ou “não consigo inserir um determinado carácter no meu computador”, da mesma maneira que se diz de determinada pessoa que é um homem ou uma mulher “de carácter”.
Antes de mais, em termos de línguas e terminologias, não há uma “razão” imutável. O que é considerado incorrecto numa determinada época pode passar a ser correcto uns anos mais tarde e os dicionários e prontuários e as próprias gramáticas também mudam.
Em qualquer dos casos acima referidos, e independentemente da maneira como se escreve, estamos afinal perante uma única e mesma palavra. Essa palavra provém do latim character e do grego kharakter, que significavam “marca gravada, sulcada”. Daí a palavra portuguesa “carácter”, cujo sentido original é o de “sinal ou forma usado na linguagem escrita” ou, dito por outras palavras, o que se grava ou sulca com o fim de comunicar.
Este é o significado original. Por extensão também significa o feitio moral (um “homem de carácter”, cujo comportamento tem um desenho sulcado, intransigente), ou o conjunto de traços distintivos de uma pessoa ou coisa (alguém tem um “carácter extrovertido” ou pode-se gostar do carácter específico de determinado estilo musical ou obra de arte). É tudo a mesma palavra, cujo sentido comum é o de algo gravado, sulcado, com uma forma definida.
Isso inclui, pela mesma razão, os antigos tipos de imprensa (quando nas tipografias os textos ainda eram compostos letra a letra com letras gravadas em pequenos blocos de chumbo), os caracteres chineses (aliás, os registos mais antigos desses desenhos estão gravados em carapaças de tartarugas, etc) e os caracteres inseridos num computador.
Por isso, no português europeu, de uma maneira geral a forma singular considerada correcta é, em todos os casos, “carácter” (“caráter” segundo o AO).
No Brasil está quase generalizado o uso de “caractere” mas apenas no contexto da informática. A esse respeito, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, edição de 2003, que admite tanto o uso de “caractere” como o de “caracter” no contexto informático, considera no entanto que mesmo aí essas formas não são tão correctas como “carácter”, que é a mais correcta.
No entanto nenhuma das fontes consultadas se refere especificamente ao singular de “caracteres” chineses, permanecendo portanto alguma margem para dúvida nesse contexto específico. Mas, como se disse na abertura deste texto, quem quiser fazer uma opção mais segura deverá utilizar “carácter” (ou “caráter”), mesmo no português do Brasil, como singular de “caracteres” chineses.
Algumas das fontes consultadas:
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, edição de 2003
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo, 2001
Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (ciberduvidas.iscte-iul.pt)
Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa (www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/)
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (www.priberam.pt/dlpo/)
Flip.pt (secção “Dúvidas Linguísticas”)
Dicionário do Aurélio online (dicionariodoaurelio.com)
Michaelis.uol.com.br
Dicionário da Origem das Palavras, por Orlando Neves, Editorial Notícias, 2001
Jose Jue Ferreira de Almeida
AS LEIS DA NATUREZA O significado de caráter é muito amplo e passeia por várias áreas do conhecimento. Caráter faz referência às características morais de uma pessoa, sua forma de se comportar em relação à ética; sua índole. Homem de caráter é a expressão que se refere ao homem honrado, que tem firmeza em suas decisões; que pauta suas ações na ética e na moral. O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é o que vai determinar a sua conduta, moralidade e caráter. A criação biologicamente foi projetada para aperfeiçoar as sua características até a fase da maturidade, se uma espécie multiplica-se antes de amadurecer, ela viola o período de crescimento, o que compromete a linhagem. Desta forma, ela não se aperfeiçoa no curso natural. Por essa razão, se o homem não tivesse se desviado das leis naturais, teria aperfeiçoado o seu caráter em três períodos. O primeiro período, de 0 a 7 anos, é o do temor, pois não existe o entendimento; o segundo, de 7 a 14 anos, é o período que registra o que se vê, esse é o período da fé. Essa também é a segunda etapa do período de crescimento. Por último, no terceiro período, de 14 a 21 anos, as pessoas irão amadurecer pela razão, isto é, através da educação formal. Entretanto, Adão e Eva perderam o processo de aperfeiçoamento da criação. Como ninguém aperfeiçoou o caráter nos três período de 7 anos, cada um desses períodos foi prolongado por 2000 anos de historia até a velhice do homem. Jesus falou: “Sejais perfeito como é perfeito o vosso Pai Celestial”. No entanto, para se libertar de tantas imperfeições, faz-se necessário o estabelecimento de uma nação com a constituição Celeste até 2020. A bíblia diz: “Feliz a nação que tem como Deus o Senhor”. Com base nisso, não precisaríamos de julgamento? Passaram-se 3 períodos de 2000 mil anos, o que representa os períodos de formação, crescimento e amadurecimento. Depois desses períodos tudo se resume a uma extensão de resultados e nada mais. Os religiosos falam de uma onda gigante e na bíblia está escrito: “Como foi nos dias de Noé será nos dias da vinda do Filho Homem”. A bíblia prever a falha humana, mais isso depende do homem. As espécies foram projetadas para aperfeiçoar as suas características até a fase da maturidade. Dessa forma, elas possuem uma maior sensibilidade que a do homem. Por exemplo, o morcego é um radar perfeito e os pássaros pescadores tem uma visão de infravermelho. Se os animais têm visão de tempo e espaço, o homem poderia absorver todas as qualidades da criação porque ele tem intelecto, e os animais têm instinto. Deus mandou o homem crescer e hoje em dia já podemos observar aproximadamente 3 a 5 mil jovens até 21 anos de idades educando o caráter em mais 180 países. Se isso é o segredo do desenvolvimento do homem, os pais não podem negligenciar a educação dos seus filhos. As espécies foram projetadas para aperfeiçoar as suas características até a fase da maturidade. Dessa forma, elas possuem uma maior sensibilidade que a do homem. Por exemplo, o morcego é um radar perfeito e os pássaros pescadores tem uma visão de infravermelho. Se os animais têm visão de tempo e espaço, o homem poderia absorver todas as qualidades da criação porque ele tem intelecto, e os animais têm instinto. Deus mandou o homem crescer e hoje em dia já podemos observar aproximadamente 3 a 5 mil jovens até 21 anos de idades educando o caráter em mais 180 países. Se essa é o segredo do desenvolvimento do homem, os pais não podem negligenciar a educação dos seus filhos. A bíblia diz que o anjo invejou a posição de filho e que o homem alcançaria a perfeição, tornando-se mais próximo de Deus, enquanto o anjo se tornaria um servo, o que o motivou a derrubar o homem. Porém isso só é possível porque quando uma espécie se multiplica antes de amadurecer, violando o período de crescimento. Desta forma, o homem atrofiou-se intelectualmente, e podemos provar isso na atualidade, em que a maioria das pessoas utiliza de 1 a 2% do QI. Por conseguinte, o homem caiu e o arcanjo se tornou o deus desse mundo. Apesar dos intelectuais não gostarem de uma explicação teológica, a desvantagem do homem no início da história humana foi porque o arcanjo, na posição de servo, tinha o conhecimento das leis do princípio para executar a obra de Deus, enquanto o homem, na posição de filho de Deus, dependia do anjo que ainda não era perfeito. Isso foi devido à hierarquia de valores, por uma questão de ordem, sendo que primeiro o homem se aperfeiçoaria e logo levaria os anjos à perfeição. Deus disse para o homem crescer, sendo esse período na matéria, conforme a lei do princípio, até 21 anos. Está escrito na bíblia: “O que ligares na Terra será ligado no Céu”. Sem essa conexão, não existiria limite de tempo e espaço, o que poderia converter-se em bilhões de anos no plano espiritual. Mesmo que um espírito em sete dias possa alcançar um nível de conhecimento superior sem crescer espiritualmente, isso poderá gerar muito sofrimento no plano espiritual devido à falta de consciência no plano terrestre. A criação vem alcançando a perfeição das suas características até a fase da maturidade. Isso significa que o homem, para desenvolver o intelecto, depende do aperfeiçoamento do caráter até 21 anos. Apesar do poder do amor estar acima da razão, o homem só poderá dominar a Criação através do aperfeiçoamento do caráter, assim, ele pode ter equilíbrio de mente e corpo.
blogextramuros
Caro Paulo Oliveira, a questão que coloca é pertinente e é uma oportunidade para um melhor esclarecimento do que se diz no nosso post. Respondendo à sua pergunta: o plural de “carácter” (“caráter” segundo o AO e no português do Brasil) é sempre “caracteres” (3.ª sílaba tónica), independentemente de estarem em causa a rectidão moral da pessoa, o temperamento, o traço distintivo de uma pessoa ou fenómeno, a unidade da escrita chinesa ou, em informática, os sinais gráficos que são introduzidos no computador, através das teclas, veiculando informação. Apesar de poder assumir diferentes significados é sempre a mesma palavra que está em causa, proveniente do grego e do latim. Em todos os casos, o singular é sempre o mesmo e o plural é sempre o mesmo. No caso do singular, alguns dicionários, no entanto, já admitem (toleram, mas não recomendam) que se use caracter ou carater (3.ª sílaba tónica) no contexto informático. Mas apenas neste contexto, esta á a única excepção. Mas quanto ao plural continua a ser sempre o mesmo, em todos os casos: “caracteres”.
Paulo Oliveira
Interessante. Sendo assim, interrogo-me qual será a pronúncia correcta do plural de "carácter". É que, da mesma forma que vulgarmente se distingue "carácter" de "caracter(e)", também se distingue a pronúncia "caracteres" consoante o significado. Por exemplo, a palavra "caracteres" é (habitualmente) pronunciada de forma diferente em "caracteres chineses" (3ª sílaba tónica) e "homens com caracteres distintos" (2ª sílaba tónica). De acordo com a explicação dada neste artigo, deduzo que deveria pronunciar-se sempre como na frase "homens com caracteres distintos" em que a sílaba tónica é a segunda.